sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Queridos fones de ouvido.

Olá seres do submundo!
Estava eu lendo Morte Súbita, ouvindo música e me desconcentrando, pois devido ao
som alto, jurava ouvir barulhos que não eram da música, e talvez alguém me chamando.
Parei para pensar no assunto, e então indaguei:
O que pode acontecer quando nos imergimos no nosso universo com fones de ouvido?



         - Noah! Noah, eu não vou chamar de novo, desça para jantar agora! - Gabe estava cansado, acabara de chegar do trabalho e aguardava o filho do meio para jantar.

         Lá estava o adolescente, no quarto, estirado na cama, ouvindo Anthrax em um volume estrondoso sem pensar em nada. As horas passaram e ele não percebeu, assim estavam seus dias desde que as férias começara.
         Ele passava a madrugada imerso em blogs de terror, notícias e tirinhas, e de dia dormia. Acordava perto do anoitecer e dormia apenas ao amanhecer.
         - Noah! Vamos jantar sem você se não descer agora! - Sem resposta do garoto, Gabe subiu furiosamente as escadas revestidas de madeira, fazendo um barulho alto e tremendo o chão a um certo nível. Isso despertou a atenção de Noah, porém ele não tirou os fones. O que ele não queria era ser infortunado por aquela família que ele julgava ser desinteressante. O pai e os dois irmão mais velhos eram amantes de futebol e os dois gêmeos mal sabiam caminhar. Sua mãe era médica, e esta noite estava de plantão.
         O barulho parou, o garoto continuou ouvindo música.
         No intervalo de Safe Home e Superhero, ele achou ter ouvido uns barulhos, como gritos e grunhidos, talvez pratos quebrando. Mas isso acontece, não é? Pensou ele. 
         Com um dia de sono pouco produtivo, ele adormeceu.
         
         Um som de porta sendo arrombada o acordou. O MP3 estava sem carga, portanto ele os deixou em cima da cama e desceu as escadas. Dois policiais vasculhavam os cômodos.
         - Mas o que diabos é isso?! - Perguntou em alto tom para os homens que ali estava.
         - Quem é você? - Perguntou o mais gordo.
         - Não, quem são vocês!? - Ele gritou, parecendo amedrontado.
         - Policial Hicks e Policial Gorbs. - Respondeu o gordinho, Hicks. - Agora, quem é você?
         - Noah Sanders, eu moro aqui. O que vocês estão fazendo?
         - Analisando a cena do crime. Garoto, quando você entrou aqui? - Gorbs se dirigiu para Noah.
         - Eu estou aqui há algumas semanas.. Como assim cena do crime? Cadê meu pai, e meus irmãos?
         Ele correu para a cozinha, e depois para a sala.
         Lá ele viu a cena que lhe causaria pesadelo pelos próximos dias. A cabeça de seu pai fincada em uma estaca, como uma batata, seus dois irmão mais velhos com as cabeças trocadas de corpo e costuradas e os dois pequenos com os rostos desenhados, como dois bonecos.
         Noah caiu no chão, e sentiu o corpo do pai. Ao lado, estava o corpo da mãe, em uma cena obscena  montada com Gabe, a boca em seu pênis e a vagina em cima de seu pescoço dilacerado sem cabeça.
         A última coisa que o garoto se lembra é de ser arrastado para fora.
         
         - Noah, fico feliz que tenha acordado. - Era Sara Polkes, melhor amiga de sua mãe.
         Terminaram a consulta, Noah fingiu sua fraca melancolia e foi mandado para o centro adotivo da região em 4 dias.
         A capa do jornal local, regional e nacional dia 15 de Julho de 2013, tinha como destaque: "Serial Killer mata uma família, mas garoto sobrevive".         

         Após mais um pesadelo sufocante, Noah foge do orfanato e sobe no terraço, se joga e dá seu Doce Último Suspiro.















Um comentário:

Sem xingamentos, por favor, e tomem cuidado com a ortografia, eu realmente detesto erros de gramática.